quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Cuidados médicos básicos : OMS alerta sobre desigualdades

ORGANIZAÇÃO Mundial da Saúde (OMS) alertou o mundo sobre a ameaça que as desigualdades no acesso aos cuidados médicos básicos representa para a estabilidade social e segurança.

Este alerta resulta de uma das conclusões do relatório anual da organização na sua edição 2008, divulgado ontem em Genebra, sede desta agência especializada subordinada às Nações Unidas.

O documento lança duras críticas ao aumento das desigualdades entre países e entre comunidades do mesmo país no que toca ao nível de acesso aos cuidados médicos, os custos aliados e a implementação das políticas de saúde.

“As desigualdades de acesso, os custos dos cuidados médicos e a falta de confiança nos sistemas de saúde constituem uma ameaça séria à estabilidade social”, refere o relatório da OMS, subordinado ao tema “Cuidados Primários de Saúde - Agora mais do que nunca”.

A OMS refere que as desigualdades em termos de condições sanitárias condignas são maiores do que há 30 anos, o que é evidenciado pelo facto de a esperança de vida nos países ricos chegar a ser 40 anos a mais em relação aos países mais pobres.

Segundo a OMS, o fosso existe também nas verbas que são atribuídas para a assistência médica de cada pessoa, com os montantes a variarem entre os 20 dólares anuais, nos países pobres, e os seis mil dólares, nos países ricos.

Os preços cada vez mais elevados da assistência médica têm contribuído para o agravamento do nível de pobreza das pessoas mais vulneráveis que, para além de viverem no limiar da pobreza, têm ainda que custear quase a metade das suas despesas com a saúde.

A fraca organização dos sistemas de saúde em muitos países, agravada pela escassez de fundos para a sua manutenção, faz com que os mesmos percam a credibilidade diante dos seus utentes, ficando estes com as suas necessidades não satisfeitas.

O relatório da OMS salienta ainda a necessidade de se descentralizar as políticas da saúde e torná-las mais integradas com aspectos da educação e género, por exemplo, de forma a garantir uma melhor cobertura das políticas de prevenção e tratamento das enfermidades mais frequentes.

A abrangência destes sistemas de saúde deve estender-se a todos os sectores da sociedade, desde as empresas às comunidades, tal como recomenda o relatório da OMS.

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