Cinco anos depois de prometer instalar em Moçambique uma fábrica de remédios usados no tratamento da aids, o governo brasileiro começa, em março de 2009, a embalar na capital, Maputo, as primeiras caixas de medicamentos do coquetel de combate à doença, mas ainda produzidos no Brasil, informaram diretores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em visita ao país. A informação é da diretoria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), durante a segunda visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao país.
Em 2003, Lula assinou em Maputo acordo de doação de US$ 10 milhões para a construção da fábrica. O Congresso brasileiro ainda não aprovou o repasse do dinheiro. Com 20 milhões de habitantes e considerado um dos 50 países menos desenvolvidos, Moçambique disputa com vizinhos africanos doações estrangeiras para conter o avanço da aids e tratar seus doentes. Organismos internacionais estimam que 1,5 milhão de moçambicanos estão infectados pelo vírus, o que corresponde a 15% da população.
Com a expectativa criada na opinião pública e no meio político de Moçambique com sua visita, Lula chegou a reclamar publicamente da diplomacia brasileira pelo atraso na instalação da fábrica. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acompanhado de assessores da área de saúde do governo, deram uma série de entrevistas falando das dificuldades burocráticas e de logística para iniciar a produção de remédios: faltam estradas, de energia e de profissionais capacitados, além de inexistência de uma cultura de pesquisa e produção de medicamentos.
A Fiocruz teve que dar consultoria até no formato do piso e das luminárias da fábrica, que precisam seguir normas especiais. O grande gargalo, na avaliação de diretores da fundação, é a falta de técnicos com nível médio. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse que a fábrica deverá produzir comprimidos só no final de 2009. A partir de março, no entanto, a unidade começará a embalar remédios produzidos ainda no Brasil. A fábrica terá cerca de 70 funcionários, a maioria moçambicana. Inaugurado ontem por Lula, o escritório da Fiocruz em Maputo já está capacitando profissionais e dando consultorias para a montagem da fábrica. O escritório será chefiado pela pesquisadora Célia Almeida, que dividirá sua agenda, numa primeira etapa, entre Brasília, onde leciona, Maputo e Rio de Janeiro.
O presidente da Fiocruz, Paulo Buss, comentou que as doações brasileiras na área de saúde diferem da ajuda de países desenvolvidos, como Estados Unidos e França. Ele disse que, ao contrário das autoridades desses países, o Brasil não escolhe as prioridades de investimentos em saúde. "Em vez de focar em uma doença, o Brasil está ajudando a África a construir suas instituições estruturantes na área e identificando, em parceria com os governos locais, as principais demandas", afirmou.
Política de Lula
Tanto Célia Almeida quanto Paulo Buss ressaltaram que as ações brasileiras da Fiocruz na região seguem a política comercial e econômica do governo Lula. "O presidente foi muito feliz ao dizer que a África tem um potencial de desenvolvimento", disse Buss.
Depois de passar dois dias em Maputo, o presidente Lula disse que era um orgulho para ele instalar um escritório da Fiocruz em Moçambique. "Os acordos assinados aqui demonstram claramente que é cada vez mais forte a relação do Brasil com a África", afirmou. "O Brasil pode ajudar, porque tem uma economia mais sólida, é nossa responsabilidade cuidar para que as coisas aconteçam", completou. "Estamos apagando da história aquele momento em que o Brasil não enxergava a África. Temos de fazer parte do desenvolvimento deste continente."
Tanto Célia Almeida quanto Paulo Buss ressaltaram que as ações brasileiras da Fiocruz na região seguem a política comercial e econômica do governo Lula. "O presidente foi muito feliz ao dizer que a África tem um potencial de desenvolvimento", disse Buss.
Depois de passar dois dias em Maputo, o presidente Lula disse que era um orgulho para ele instalar um escritório da Fiocruz em Moçambique. "Os acordos assinados aqui demonstram claramente que é cada vez mais forte a relação do Brasil com a África", afirmou. "O Brasil pode ajudar, porque tem uma economia mais sólida, é nossa responsabilidade cuidar para que as coisas aconteçam", completou. "Estamos apagando da história aquele momento em que o Brasil não enxergava a África. Temos de fazer parte do desenvolvimento deste continente."
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