segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Crise económica mundial: O Contraponto da tese do "Fim da História"?!


Ernesto Nhanale[1]

Em 1989, Francis Fukuyama publica um interessante artigo, que mais tarde é editado no livro "O Fim da História e do Último Homem", defendendo a tese de que, com a queda do Murro de Berlim, o surgimento dos movimentos reformistas na então União Soviética e na Europa Oriental, além da propagação da cultura do consumo em escala mundial, marcava-se a vitória do Ocidente e do mundo capitalista sobre o Socialismo.



Ao longo dos últimos anos da década passada e primórdios desta, a prova da tese de Fukuyama mostrou-se evidente. O mundo torno-se, aparentemente, de orientação capistalista, apesar da resistência de alguns regimes. Na descrição dos seus críticos, Fukuyama pareceu mais um autor pró-Ocidente. Obviamente, deveria sê-lo ao proclamar a vitória do capitalismo.

A permanência de regimes políticos, sobretudo no oriente, classificados como ditatoriais foi colocado como uma das fraquezas da tese do Francis Fukuyama, apesar de na sua obra reconhecer a sua existência, mas com fraca expressão. A China, por exemplo, apesar de fazer parte dos sistemas considerados ditatoriais, tem se constituído como um expoente forte da economia do mundo.

Hoje, com a crise económica que o ocidente vive e, por extensão, também os países da periferia, alguns países do centro, o ocidente, são obrigados a ter uma forte intervenção nos seus mercados financeiros.

Há ai algumas cogitações que dão conta de que os pressupostos da tese do Fukuyama - com a crise económica que o mundo se depara e as medidas de superação que estão a ser tomadas pelos governos ocidentais - estão a serem postas em causa?! Obviamente, a história estará a ganhar novos rumos! Não se sabe quem será do “último homem” pobre da periferia, apesar da nossa primeira-ministra moçambicana, Luísa Diogo, almejar que todo esteja bem no país (Vide a edição do Jornal Notícias
www.jornalnoticias.co.mz, dia 09 de Outubro de 2008). Sobre o laconismo deste discurso da PM e a incapacidade do nosso jornalismo em fazer perguntas, discutiremos nos próximos dias.

[1] Moçambicano - Estudante do Mestrado em Estudo dos Media e Jornalismo na Universidade Nova de Lisboa.

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