Por Horácio João
PELO
menos dez casos de cobranças ilícitas a cidadãos carenciados foram
protagonizados durante o ano passado no país por alguns membros do
Instituto do Patrocínio e Assistência Jurídica (IPAJ), sendo que os
infractores irão responder em tribunal e alguns foram já suspensos das
suas funções.
O
director nacional do IPAJ, Justino Tonela, que revelou o facto,
ressalvou, no entanto, que nem todos os indiciados estão directamente
ligados a casos de cobranças ilícitas, havendo outros de pagamentos de
caução não devidamente esclarecidas, numa instituição que, em termos da
lei, todo o trabalho a ser prestado ao cidadão carenciado deve ser
gratuito.
Até
agora, entretanto, o número de 326 defensores públicos do IPAJ
existentes a nível nacional não satisfaz aos anseios da comunidade
carenciada, chegando mesmo o sector a funcionar com pessoal que não é
público. A expansão e a elevação do nível de qualidade na prestação de
serviços públicos constam como principais desafios do ramo no país.
Falando
quarta-feira a jornalistas, na cidade do Dondo, em Sofala, durante os
trabalhos da 3.ª reunião regional que terminou ontem, subordinado ao
lema “IPAJ, 20 anos em Prol da Justiça e da Cidadania”, a
fonte explicou que o sector registou no ano passado um crescimento
significativo na assistência jurídica e patrocínio judiciário ao
ultrapassou de longe as expectativas previstas em que foram atendidos em
todo o país 90.777 cidadãos carenciados.
Discursando
no encontro que reuniu técnicos do sector provenientes das vizinhas
províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia, o governador Félix Paulo
descreveu como preocupação do Governo o reconhecimento dos direitos
fundamentais do Homem, razão pela qual tal faz parte integrante da nossa
“Lei-mãe”.
Para
o governante, a assistência jurídica afigura-se como uma ferramenta
necessária ao desenvolvimento económico e social do país, na medida em
que visa proteger as classes mais desprotegidas financeiramente que são a
maioria da população moçambicana.
“A
assistência jurídica e judiciária constitui uma responsabilidade
conjunta do Estado e das instituições representativas da protecção
forense e aplica-se em todos os tribunais em qualquer que seja o
processo. Sendo a justiça um composto universal que deve ser usufruído
por qualquer ser humano, é legítimo que se criem mecanismos para que a
mesma chegue a quem dela precisa” – desafiou.
Para
o timoneiro de Sofala, o IPAJ como uma instituição destinada a garantir
a consolidação dos direitos da defesa constitucionalmente consagrados,
proporcionando aos cidadãos economicamente desprotegidos, o patrocínio e
assistência jurídica de que carecem é responsável pela elaboração de
uma estratégia conjunta clara ao nível da região e de um plano de apoio
tendente a divulgar cada vez mais seus serviços e a expandir o seu raio
de cobertura a todo o território nacional.
Fonte: www.jornalnoticias.co.mz
Fonte da imagem: ClubofMozambique.
Fonte da imagem: ClubofMozambique.
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