1975, ano memorável para moçambicanos, como eu. Alguns de nós nascemos em um país livre da dominação colonial de uma das “províncias desdentadas” da Europa – Portugal. Muitos ventos inenarráveis sopraram em terras bantu, ao apaziguar nossas almas em turbulência. Vivemos algumas euforias de Independência.
Estudamos e aprendemos a vida, mal ou bem, em Moçambique. Governados por moçambicanos, nacionalistas comprometidos, ao seu modo, com a Nação. Tal comprometimento nacional reduziu, para a nossa vergonha – e, hoje, muito criticável. Porém, acredito que é possível um Moçambique melhor. Os governantes, antes de serem Homens de Estado, são como nós. Socializados como nós; socializados para nós; socializados por nós e socializados conosco. Os governantes são parte de nós. A oposição, igualmente. É só nos enxergar. Difícil tarefa. Por isso que uma das tarefas da sociedade civil e da oposição moçambicanas é, talvez, fazer com que esqueçamos de nos enxergar. Se a socialização for permissiva e impune, não podemos esperar governantes e cidadãos semelhantes aos de Botswana e nem da Suécia. Se a socialização for capaz de criar Homens e Mulheres que têm compromisso com o trabalho honesto e com valores republicanos e que a honra é dada a quem merece, é óbvio que toda e qualquer cidadania rancorosa não prevalecerá. Esperar Homens e Mulheres éticos no Estado, quando os espaços de socialização são rancorosos pode ser sinal de esquizofrenia - ou quem sabe alguma doença canina chamada “raiva”. Pensemos o país na totalidade…
- Moçambique! Posso não ver muito de ti em vida, mas espero muito de ti! Força! Talvez melhor seres um pouco de águia e formiga – e nunca “cão que só ladra”, para ter fama.
Bem haja Moçambique.
Do vosso bantu-mahlazinense,
JB
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